Do mangue eu vim e do barro fui formada
Seria história de Tupi ? Ou conversa fiada …
Coisa nenhuma digo, pois não me lembro de nada
O que sei é o que sinto. Em meio a dores fui modelada
Trabalhada em uma medida exata e por inteiro, na olaria fui criada
Única e formosa. Por mãos sofridas, pele grossa e muitos calos … mas super, super delicada
Experiência, habilidade e paciência
Experiência, habilidade e paciência
Harmonia perfeita e equilibrada
Ensinaram-me em silêncio, que o saber é nada e que, muitas vezes, falar é ficar calada
As lágrimas que do rosto escorriam em mim pingavam, seria eu culpada ?
Devagar eu as sorvia permitindo aquele momento, com uma calma
calculada
Esperando que o tempo respondesse o questionamento da minha
alma limitada
Para eu, que ainda não sou, mas estou sendo, não atrapalhasse o
proceso de ser transformada
Mas agora chegou a hora que traspassa todo o entendimento. Estou chocada !
Quem é aquele madeiro, que com golpes de machado foi ferido e sua casca arrancada ?
Para que dela fosse extraído tanino, a tinta que em mim seria derramada
Por dentro e por fora entranhada, fazendo-me assim selada
Ele que nem me viu e mesmo assim permitiu …
Isso me confundiu, não sei de mais nada !
Ou será que confundindo-me estão todos, com esta entrega
deliberada
Eu que nem direito sei para onde vou ou de onde vim
E ainda temo não estar preparada …
Tudo para se cumprir em mim o projeto perfeito, e só assim eu ser
aprovada
Logo eu, que julgava ser meu todo tormento
Seria esta, uma prova de amor à mim ofertada ?
Amor ? … que calor, isto é fogo … estou queimando
AAAUuuuu então é este o ritual ?
Fui sovada. Agora piorou
Eu que nem sei direito quem sou, já não me reconheço
Estou mudada
Transformada fui e de cor mudei
O fogo, que antes doía, agora me deixou curada
Escura e dura … aquilo que antes doía agora me fortalece,
estranho …
Ah esquece, não é nada !
Espera, não esquece … Eiiiiiiiii, lembrei !
Do barro eu fui formada
Com precisão preparada, para servir e ser usada
Ensinaram-me em silêncio, que o saber é nada e que, muitas vezes, falar é ficar calada
As lágrimas que do rosto escorriam em mim pingavam, seria eu culpada ?
Devagar eu as sorvia permitindo aquele momento, com uma calma
calculada
Esperando que o tempo respondesse o questionamento da minha
alma limitada
Para eu, que ainda não sou, mas estou sendo, não atrapalhasse o
proceso de ser transformada
Mas agora chegou a hora que traspassa todo o entendimento. Estou chocada !
Quem é aquele madeiro, que com golpes de machado foi ferido e sua casca arrancada ?
Para que dela fosse extraído tanino, a tinta que em mim seria derramada
Por dentro e por fora entranhada, fazendo-me assim selada
Ele que nem me viu e mesmo assim permitiu …
Isso me confundiu, não sei de mais nada !
Ou será que confundindo-me estão todos, com esta entrega
deliberada
Eu que nem direito sei para onde vou ou de onde vim
E ainda temo não estar preparada …
Tudo para se cumprir em mim o projeto perfeito, e só assim eu ser
aprovada
Logo eu, que julgava ser meu todo tormento
Seria esta, uma prova de amor à mim ofertada ?
Amor ? … que calor, isto é fogo … estou queimando
AAAUuuuu então é este o ritual ?
Fui sovada. Agora piorou
Eu que nem sei direito quem sou, já não me reconheço
Estou mudada
Transformada fui e de cor mudei
O fogo, que antes doía, agora me deixou curada
Escura e dura … aquilo que antes doía agora me fortalece,
estranho …
Ah esquece, não é nada !
Espera, não esquece … Eiiiiiiiii, lembrei !
Do barro eu fui formada
Com precisão preparada, para servir e ser usada
Muito prazer, meu nome é Panela Vitória do Espírito Santo.
Obrigada !
Obrigada !
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