Fast-fashion "verde": o que falta nas coleções eco das lojas de departamento?
Foi com o pensamento de que a moda sustentável não é só uma moda que, em 2007, a Barneys New York fez parceria com a marca orgânica Loomstate e criaram a linha Loomstate for Barneys Green. Ofereciam aos consumidores suéteres de algodão orgânico e ecojeans em algodão não lavado e 100% tingido com vegetais.
De lá para cá, sustentabilidade virou assunto recorrente nas revistas de moda e na cabeça dos consumidores. Com isso, várias lojas de departamentos espalhadas pelo mundo lançaram linhas e produtos "verdes".
"Não acho que o movimento eco/orgânico/comercialmente justo seja uma moda. Acho que é o inicio de uma grande mudança de consciência na indústria da moda" (Julie Gilhart, diretora de moda e vice-presidente sênior da Barneys New York)
A mais recente é a H&M, uma das maiores redes de lojas de departamento do mundo, que lançará em abril a linhaConscious Collection — conforme matéria publicada aqui. uma seleção de vestuário para mulheres, homens e crianças feita com materiais ambientalmente corretos, como algodão orgânico, tencel e poliéster reciclado. O que é uma grande oportunidade para apoiar as comunidades menos privilegiadas e estimular a descoberta e desenvolvimento de novos materiais sustentáveis.
Ao contrário do que alguns ainda insistem em dizer, essa não é uma onda, e sim a nova consciência de uma geração que,através de suas atitudes, está mudando a maneira de pensar e agir. Uma sustentabilidade vivenciada em termos emocionais e não ideológicos. Começamos a vivenciar o que podemos chamar de "emoção sustentável".
No entanto, o que é preciso é que estas lojas promovam as questões "verdes" nas suas equipes. É importante que, paralelo aos lançamentos e a exemplo do que fez a Barneys New York, estas lojas de departamentos ofereçam seminários eco em todas as lojas e para todos da empresa. Que os associados de vendas recebam informações constantes sobre o assunto.
Só então haverá coerência entre o discurso e a prática. Pois caso contrário, correm o risco de ser mais uma empresa a praticar greenwashing. Deve haver, acima de tudo, uma ligação estreita entre os conceitos aplicados de pessoas, lugares, projetos e planos. Só então os valores, o item mais importante da cadeia, estarão ligados e interdependentes, como deve ser qualquer negócio sustentável.
Hellen