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sábado, 24 de agosto de 2013

Manteiga de Karité

Manteiga de karité, o "ouro das mulheres" africanas
Produto gera emprego e renda para milhões de mulheres do continente, que reivindicam um valor justo pelo seu trabalho
Em um hotel de luxo de Manhattan, mulheres trajando tradicionais e coloridos vestidos africanos caminham para uma das salas de conferência. Suas vestimentas proporcionam um contraste fascinante com os ternos cinza e preto ao redor. O público é diversificado, mas se reúne por uma causa: manteiga de karité, produto originado de uma castanha africana e utilizado em cosméticos como loção ou creme hidratante.
A Indústria e Comércio de Manteiga de Karité realizou a sua primeira conferência na América do Norte em maio de 2013. A ocasião serviu para os produtores africanos se encontrarem com os gigantes da indústria de cosméticos, como L'Oréal e The Body Shop. A demanda por manteiga de karité tem aumentado tanto nos últimos anos que os produtores africanos começaram a reivindicar preços justos para o seu trabalho.
Presente nas castanhas das árvores karité, que crescem na região do Sahel, uma vasta área  que se estende de Guiné e Senegal a Uganda e Sudão do Sul, a manteiga, durante séculos, foi chamada de "ouro das mulheres". Além de apresentar rica cor dourada (dependendo da região, também pode ostentar uma cor marfim profunda), gera emprego e renda para milhões de mulheres em todo o continente. Com métodos tradicionais, as mulheres, muitas vezes organizadas em cooperativas, colhem os frutos da karité. Em seguida, esmagam a parte de dentro das castanhas para extrair a manteiga preciosa, que é cozida, limpa, embalada e vendida nos mercados locais ou exportadas. Ela não é tóxica e pode ser usada na culinária, mas seu principal destino é a indústria cosmética.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) estima que cerca de três milhões de mulheres africanas trabalham direta ou indiretamente com manteiga de karité. Os principais países produtores são Nigéria, Mali, Burkina Faso, Gana, Costa do Marfim, Benim e Togo.
Fazendo um bom dinheiro
"Tenho feito um bom dinheiro para a minha família vendendo a manteiga", afirma a vendedora Lucette Ndogo na Marché Central em Douala, Camarões. Ela compra de Burkina Faso a manteiga de karité em massa e vende para os clientes que passaram a confiar na qualidade de seus produtos.
O produtor mundial de óleos de karité comestíveis Antoine Turpin, da indústria holandesa IOI Loders Croklaan, disse ao The New York Times que "karité [manteiga] é uma importante fonte de receita para milhões de mulheres e suas famílias em toda a África. Capacitar essas mulheres economicamente é fundamental para a sustentabilidade do setor". De acordo com oThe New York Times, somente essa empresa adquire cerca de 25% de todas as castanhas de karité colhidas por mulheres na África Ocidental.
Com a demanda por produtos naturais e orgânicos em ascensão no mundo ocidental, manteiga de karité tornou-se forte commodity. A substância é usada para diversos tipos de cosméticos e produtos de cuidados da pele por suas propriedades de cura natural. Serve de base, também, para produtos alimentícios, principalmente, chocolates artesanais e industrializados, como Kit Kat e Milky Way. Confeiteiros usam como um equivalente a manteiga de cacau para dar a chocolates ponto de fusão mais elevado e textura mais suave.
"Ouro das mulheres"
De acordo com o The New York Times, pesquisa realizada pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), numa aldeia  de Burkina Faso em 2010, constatou que, para cada US$ 1 mil de castanhas vendidas, foi gerado adicional de US$ 1.580,00 em atividades econômicas, como reinvestimento do dinheiro em outros negócios. As exportações do produto provenientes da África Ocidental geram entre US$ 90 e US$ 200 milhões dólares por ano, de acordo com o jornal. A demanda vem não só de grandes corporações, mas também de milhões de empresários que esperam fazer fortuna na distribuição do "ouro das mulheres".
A alta demanda suscita questões éticas. Pela recente popularidade da karité, aumentou o número de cooperativas de comércio do fruto e de associações que buscam um acordo justo para as mulheres africanas.
Plataforma para troca de ideias
Um relatório do PNUD intitulado L'Occitane em Burkina Faso: mais do que apenas negócios com produtores de manteiga de karité destaca a dedicação da empresa, a sua colaboração com 15 mil produtoras rurais e a utilização do produto em sua linha de cosméticos. De acordo com o relatório, a marca de cosméticos L'Occitane estima que paga entre 20% e 30% a mais do que seria pago por indústrias ocidentais pela manteiga de karité de Burkina Faso. As vendas do produto pela companhia francesa representam cerca de US$123 milhões em receitas anuais para as cooperativas de fornecedores e suas 15 mil mulheres do campo.
No luxuoso hotel de Manhatan, a Aliança Global do Karité organizou a Conferência de Nova York de Comércio e Indústria da Manteiga de Karité para que mais mulheres africanas dessa indústria recebam os benefícios do comércio justo. A Aliança é conhecida por promover o fortalecimento das mulheres e a qualidade e a sustentabilidade no apoio da indústria para as comunidades rurais africanas. Durante a feira, a instituição buscou fornecer uma plataforma para troca de ideias em toda a cadeia de coletores, produtores, comerciantes, consumidores e indústrias do ramo.
"A The Body Shop tem usado karité por mais de 19 anos e estamos firmemente empenhados em utilizar o nosso aprendizado para construir um setor sustentável", diz o diretor de comércio para comunidades da empresa inglesa, Mark Davis. "Como membro da Aliança Global, considero fundamental alcançar esse objetivo."
Outras commodities globais, como o café, foram associadas ao comércio justo. Por isso, muitas partes interessadas da indústria de karité aspiram criar essa associação para o produto. A presidente da Aliança Global de Karité, Salima Makama, está convencida de que as mulheres africanas que foram à Nova York para implantar melhores estratégias de fortalecimento estão no caminho para transformar a exportação de manteiga de karité em um "ouro real".

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